4.10.2008

Exercitar a memória...



Esquecer um nome, um código, uma morada ou até onde é que estacionou o carro...
Quem é que já não teve lapsos de memória, vulgo brancas?
A memória gasta-se com o tempo, isto, claro, se estivermos a falar de recordações que se atenuam com a passagem do tempo. Se não forem reforçadas elas acabarão por se dissipar. Não conseguimos lembrar-nos de tudo aquilo que aconteceu na infância, apenas aquilo que se pensa com mais regularidade.
Existem vários estudiosos que afirmam que as faculdades da memória não enfraquecem (ex: Monique Le Ponci: autora do livro Gym Inteligence).
Há muito tempo atrás, associava-se a perda de memória à perda de neurónios – 100.000 por dia.. Mais recentemente, nos Estados Unidos, demonstrou-se ser possível criar neurónios novos ao praticar actividades e aprender coisas novas.
Em ausência de doenças, as causas mais vulgares das falhas de memória que atingem todas as pessoas, de todas as idades são:
Primeiro que tudo, o stress. Imagine por exemplo, uma viagem de férias. O marido espera com os filhos dentro do carro pela mulher que, apressadamente, faz uma vistoria pela casa antes de sair, certificando-se de que nada está esquecido. Ele espera, ela enerva-se. Até que se apercebe que a sua pulseira preferida está na mesa-de-cabeceira. Esconde-a, caso haja algum assalto à casa.Regresso de férias: ao chegar a casa, ela não se consegue lembrar onde guardou a pulseira. O cérebro não deixa sair o que lá tem bem guardado. Ou será que esta mulher entrou na sua própria cabeça no momento de partir e disse para si mesma: vou guardar esta pulseira onde ninguém a possa descobrir. O cérebro respondeu-lhe: a pulseira está guardada num local onde ninguém a pode encontrar. O stress, no momento da partida para férias, impediu-a de registar o sítio onde a guardou.Outras causas possíveis: o cansaço, em particular, os órgãos sensoriais que, em particular, quando estão cansados, registam mal a informação; uma alimentação inadequada – o cérebro tem necessidade de muita energia (oxigénio e glucose) para funcionar.
Não existe um bom relacionamento entre a nossa sociedade e a memória. Ou melhor, não existe nenhum bom relacionamento entre a nossa sociedade e a memória. Vivemos num mundo de post-it, de agendas electrónicas, de computadores portáteis que, ao memorizarem os números, são verdadeiros aniquiladores da memória.
Isto, sem falar nos números pré-registados nos telefones ou até, em congressos e afins, dos cartões com os nomes dos intervenientes que cada um tem à frente ou usa ao peito. Vivemos num mundo de “papa feita”, onde não fazemos uso da memória.
Um dos Grandes Inimigos da Memória é a Rotina…
Alguns conselhos práticos:
Esquecer o nome de alguém que nos foi apresentado recentemente é já um clássico. O conselho para colmatar este tipo de problemas de memória é bastante simples. Assim, tem de esperar seis a sete segundos para fazer entrar o registo do nome. É aquilo a que se poderá chamar “stop-acção-memória”. Primeiro, pare para compreender a informação, ou seja, o nome da pessoa em questão. Depois, repita na sua mente o nome duas a três vezes, enquanto visualiza o rosto da pessoa. Aconselha-se, também, a escrever mentalmente o nome na testa da pessoa e, de seguida, fazer “copy-past” como se de um computador se tratasse.
Não será, propriamente, o facto de decorar poemas que aumentará o desempenho do cérebro. Quem o faz, acaba por ter também problemas de memorização (ex: esquecer o nome de uma pessoa ou rua…). Logo, não é algo que exercite os neurónios. Como exercício, bastará que decida todas as manhãs memorizar qualquer coisa. Por exemplo: como está vestida a primeira pessoa que vir. Olha, faz um “stop-acção-memória”, revê duas vezes a informação e, à noite, tenta racionalizar o que memorizou. E esforça-se por não esquecer!
Um modo excelente para exercitar os neurónios é o de, logo pela manhã, ao pequeno-almoço, relembre a sua agenda para o dia sem recorrer à agenda… electrónica!
Registe uma informação que ouviu na rádio, não todas, mas apenas uma, menos evidente que as outras.
No trânsito, decore o número da placa de matrícula do veículo à sua frente.
Treinar a memória deveria fazer parte da nossa higiene pessoal. Tal como tomar banho ou lavar os dentes!

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